terça-feira, 9 de julho de 2013

Porque o estudo dos finais é importante na hora da partida? By: Marcelo Cunha Guimarães

O tema dessa postagem poderia ser outro, por exemplo: “Um sacrifício de dama preciso chama mais atenção que um final bem jogado”; “que tipos de pensamentos abstratos são alimentados na mente dos(as) jogadores(as) de xadrez quando se estuda os finais de partida?”; “O estudo dos finais melhora o cálculo e deixa o jogador afiado para fazer um lindo sacríficio de dama, torre, peça menor, um peão, dois, três?”
Tanto a pergunta inicial do tema deste “post”como as subsequentes ficarão em aberto.
Bom, eu diria, que os finais devem ser estudados e de preferência paulatinamente e seguindo algum baluarte no assunto.
Há diversos compêndios excelentes sobre finais de partida, mas digamos que um jogador ou jogadora de “chess” prentenda ler, na sequência , os 05 Livros do excelente e saudoso Grande Mestre Russo Yuri Averbak...
Sim, mas isso levaria muito tempo, é mas os resultados vem, não digo o “1 x0/ 0 x 1” mas um jogo sólido, um cálculo sólido e muitas ideias abstratas que servem como bússola(S) na hora da partida.
Ok, mas o provável citado jogador acima ainda está no volume 1, e são cinco volumes!
É, e esse mesmo jogador (hipotético, frise-se), chegou na página 182, não pulou nenhuma página, e passou no tabuleiro (madeira ou napa, peças de madeira ou de plástico) as análises de todos os diagramas até então, e ficou atento ao que o irrepreensível Aberbakh escreveu.
Nesse exato momento o leitor chega no diagrama 483, página 182 do Livro “Compreensive Chess Endings – Bishop Endings, Knight Endings, Volume 1: o diagrama tem a seguinte posição :

, e segue assim: 1 Cf6! Ca8! (aqui um posição importante e de conhecimento obrigatório nestes tipos de finais, se as brancas tomam o cavalo, as pretas jogam o rei na casa c7, casa de mesma cor da que ocupa o cavalo inimigo, do contrário e posição é empatada, se hipoteticamente o rei preto pudesse jogar na casa c8 a posição era perdida) 2 Cd5! (como já dito, se 2 Ra8 então Rc7! e tablas) Rd7; 3 Rb7 Rd8; 4 Cb6 Cc7; 5 Rc6 e ganham.
Um GM conhece bem  o final acima e suas variações, tome-se, por exemplo, a partida entre Dolmatov e Beliavsky (URS- ch56 Odessa 1989), em que o último abandonou a partida na mesma posição após o lance 5 acima.
Nessa partida o mesmo quantitativo de peças do final em referência deu-se após o lance  71 das pretas, e a  posição era essa (o leitor pode conferir nas bases de dados): 
, a partida seguiu assim: 1 Re5 Rg6, 2 Rd6 Rf7, 3 Rc5 Ca6, 45 Rb6 Cb4, 5 Cc6 Cd5, 6 Rb7 Re6 ,7 a6, Rd7, 8 a7 Cc7, 9 Ce5 Rd8, 10 Cc4 Ca8, 11 Cb6 ( aqui se as brancas jogam 11 Ra8 então Rc8 e empate, observem a cor da casa do cavalo branco) Cc7, 12 Rc6, perto de chegar a este final, provavelmente uma bússola que Dolmatov usou foi o fato do Rei contrário se encontrar longe da zona defensiva  ou seja próximo a casa de coração, muito embora neste tipo de final, o peão da torre é o mais perigoso para o lado mais fraco, uma vez que as manobras do cavalo defensor ficam restritas.


Marcelo Cunha Guimarães

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